“Touros” terminaram o Moçambola 2021 com 58 pontos, uma das cinco melhores pontuações da última década, nomeadamente 2010-2021. Mas, quando se fala dos campeões em provas com 14 equipas, é dos primeiros com maior pontuação, a par da Liga Desportiva de Maputo, que, em 2010 e 2011, somou os mesmos pontos da actual campeã nacional.
Quando se fala em campeões, fala-se das equipas que mais pontos fizeram ao longo da época, contrariamente aos seus adversários. Nesta temporada futebolística 2021, foi a Black Bulls, que, no seu primeiro ano no campeonato nacional, logrou conquistar o troféu mais cobiçado do futebol moçambicano.
Em termos de prestação, os “touros” venceram todos os prémios possíveis numa competição: terminaram em primeiro, tiveram mais vitórias (17), menos derrotas (2), mais golos marcados (46), menos golos sofridos (16) e mais pontos somados (58). De “bacela”, teve o melhor marcador da prova, Ejaita, com 17 remates certeiros.
Só não tiveram menos empates, porque o Ferroviário de Lichinga apenas empatou com duas equipas.
Mas, se quisermos comparar com outros campeões da última década, os “touros”, que fizeram 58 pontos, só não foram os melhores, porque disputaram uma prova com 14 equipas, contrariamente ao Costa do Sol que é o campeão com mais pontos, 66, 2m 2019, seguido pela União Desportiva de Songo, que, em 2017, fez 64 pontos, fechando o pódio o Ferroviário da Beira, que, no ano anterior, tinha contabilizado 61 pontos.
Mas, estas três equipas fizeram mais pontos que a Black Bulls, porque estiveram numa prova com 16 equipas, ou seja, mais quatro jornadas que a recém-terminada competição.
Ou seja, Costa do Sol, União Desportiva de Songo e Ferroviário da Beira fizeram 66, 64 e 61 pontos em 30 jornadas, enquanto a Black Bulls fez 58 pontos em 26 jogos.
Vale dizer que os pontos a mais feitos pelas três equipas em 2019, 2017 e 2016 podem ter tido influência no número a mais que fizeram, comparativamente à Black Bulls. É que, em termos percentuais, os “touros” fizeram uma média de 2.23 pontos por jogo, enquanto os “canarinhos”, por exemplo, fizeram exactamente 2.2 pontos por jogo.
Já os “hidroeléctricos” e “locomotivas” do Chiveve tiveram uma média reduzida, respectivamente 2.1 e 2.03 pontos por jogo.
Numa outra análise, comparando a Black Bulls e o Costa do Sol, por exemplo, os quatro jogos a mais disputados pelos campeões de 2019 totalizam 12 pontos, mas na prática tiveram mais oito pontos em relação aos campeões deste ano. Ou seja, mais quatro jogos a serem disputados pela Black Bulls, para totalizar os 30 feitos pelo Costa do Sol em 2019, fariam diferença nas contas finais.
Ainda que com poucos jogos, a Black Bulls igualou a marca de pontos feitos pela União Desportiva de Songo, em 2018, quando conquistou o título com 58 pontos.
Entretanto, a campeã nacional deste ano acaba de se colocar na segunda posição de todos os campeões da última década, se olharmos também para a prestação alcançada, nomeadamente em termos de golos marcados e sofridos. Os “canarinhos”, em 2019, marcaram 56 golos e sofreram 25, um saldo positivo de 31 golos, enquanto os “touros”, este ano, marcaram 46 golos e sofreram 16, saldo positivo de 30 golos.
Já os “hidroeléctricos” tiveram um saldo de golos de 23, uma vez que marcaram 38 e sofreram 15, enquanto os “locomotivas” de Chiveve terminaram o ano 2016 com um saldo de 19 golos, diferença de 40 apontados e 21 sofridos.
Mesmo olhando para todos os campeões da década, os “touros” só são batidos pelos “canarinhos” nos golos marcados.
“Touros” entre os melhores no Moçambola com 14 equipas
Relativamente aos campeonatos nacionais disputados por 14 equipas, nomeadamente nos anos 2010 a 2015, contando com a prova deste ano, a Black Bulls lidera os campeões com mais pontos. A par dos “touros”, somente a Liga Desportiva de Maputo (então Liga Muçulmana de Maputo), que, em 2010 e 2011, fez os mesmos 58 pontos.
Em 2012, o Maxaquene fez 50 pontos e a Liga Desportiva, em 2013 e 2014, conquistou a prova com 52 e 53 pontos, respectivamente. No ano 2015, o Ferroviário de Maputo fez apenas 44 pontos em 26 partidas.
Se a Black Bulls empata com a Liga Desportiva de Maputo na liderança dos campeões com 58 pontos em 26 jornadas, a diferença entre ambos vai residir nos golos apontados e sofridos. Os “touros” marcaram 46 e sofreram 16, enquanto a antiga Liga Muçulmana de Maputo fez, em 2010, 44 marcados e 13 sofridos, e em 2011, 45 marcados e 19 sofridos.
A mesma Liga fez 44-15 e 41-16 em 2014 e 2013, respectivamente, suplantando o Ferroviário de Maputo, que fez 35-20, em 2015, e o Maxaquene, que, em 2012, fez o mais baixo da década: 26-11.
MOÇAMBOLA 2021 TEVE MENOS GOLOS EM PROVAS COM 14 EQUIPAS
Outra base de dados a ser analisada de forma comparativa com outras edições é o número de golos apontados em cada prova. Desde 2010 até esta parte, já foram marcados 4.261 golos em 2.234 jogos, uma média de 1.90 golos por jogo.
Mas, não foi a edição deste ano que teve mais golos, nem comparando com todas as edições da década, nem apenas olhando para as edições que tiveram 14 equipas.
Em todas as edições, o ano 2019 foi o que mais golos teve, nomeadamente 511, em 240 jogos, uma média de 2.12 golos por jogo, seguido da época 2018, na qual em 240 jogos foram apontados 459 golos. Fecha o pódio das edições com mais golos no ano 2016, com 456 golos em 240 jogos.
A particularidade destas três edições é que foram disputadas por 16 equipas, facto que permitiu mais golos. E o ano 2021 só é sexto no ranking, após produzir 370 golos, uma média de 2.03 golos por jogo.
Mas, se olharmos para as edições que tiveram 14 equipas, o ano 2021 queda-se em segundo lugar, perdendo apenas para o ano 2011, em que foram marcados 377 golos.
A pior edição em termos de golos foi a do ano 2015, quando os 14 clubes marcaram apenas 295 golos, uma média muito baixa de golos por jogo.
Fonte: O Pais