Rebeldes já combatem perto de Addis Abeba, sede da União Africana.
Nesta terça-feira, 2 de novembro 2021, o governo federal da Etiópia declarou estado de emergência nacional devido ao avanço rebelde no país.
Na Etiópia, o conflito entre o governo federal e a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) parece ter aumentado de forma preocupante e já se combate não muito longe da capital, Addis Abeba, anfitriã da União Africa e da Comissão Económica das Nações Unidas para Africa (CEA).
A União Africana uma vez mais e apesar de ter a sede no país, não conseguiu mediar o conflito, nem sequer um cessar-fogo.
Na sexta-feira, oito facões antigovernamentais aliaram-se à TPLF, que está em guerra com o governo de Abiy Ahmed há um ano.
Chamada de Frente Unida a nova coalizão, que também inclui o Exército de Libertação Oromo (OLA), é considerada uma ameaça real pelo governo federal.
Em resposta, as Forças Armadas Federais apelaram aos soldados aposentados e veteranos para se juntarem ao exército nacional até 24 de novembro. O governo e as autoridades locais também pediram aos moradores da capital que registem as suas armas e se preparem para defender seus bairros.
Os Estados Unidos já pediram aos seus cidadãos que deixassem o país “o mais rápido possível e temem que os confrontos se degenerem rapidamente.
“O ambiente de segurança na Etiópia é muito instável. Aconselhamos os cidadãos americanos a deixarem o país o mais rápido possível “, disse um comunicado da Embaixada dos Estados Unidos em Addis Abeba.
O anúncio foi feito depois que vários meios de comunicação relataram uma ofensiva rebelde iminente contra a capital etíope.
Recorde-se que o conflito na Etiópia começou em novembro de 2020, quando o exército etíope lançou uma ofensiva contra a TPLF, que entrou em secessão.
Depois de milhares de mortos e mais de dois milhões de desalojados e deslocados, o conflito foi declarado encerrado pelo Primeiro-ministro Abiy Ahmed, mas reacendeu-se em junho 2021, quando os rebeldes da região do Tigray (Tigrayan) retomaram o controle da região e expulsaram as forças federais.
Investido para um novo mandato em outubro passado (2021), o primeiro-ministro etíope – Prémio Nobel da Paz – enfrenta fortes críticas da comunidade internacional, acusações de crimes de guerra e violações dos direitos humanos.
Até agora, nem os rebeldes nem o governo parecem ter respondido aos pedidos da União Africana e da comunidade internacional, para que se reúnam na mesa de negociações.